13 de out. de 2025
Implante Unitário: substituição de dente perdido com estética integrada
O implante unitário é a solução de eleição para repor um dente perdido com naturalidade do sorriso, preservação óssea e conforto mastigatório. Para um resultado realmente estético — sobretudo em região anterior — não basta “colocar um parafuso e uma coroa”: é preciso planejamento digital, definição correta da cor/cervical, escultura do perfil de emergência e escolha criteriosa da prótese definitiva.
Indicações: quando o implante unitário é a melhor escolha
Indicamos implante unitário quando há perda dentária isolada com potencial de obtenção de estabilidade primária e tecido ósseo/gengival favoráveis (ou passíveis de otimização). Em áreas estéticas, avaliamos linha do sorriso, biotipo gengival, altura de papilas e o espaço mésio-distal/cérvico-incisal. Quando o remanescente ósseo é insuficiente, consideramos enxerto/GBR para reconstituir o volume e viabilizar um resultado estável.
Planejamento digital: tomografia + scanner + guia
O caso começa com CBCT (tomografia 3D) para mapear espessura/altura óssea e estruturas nobres. Somamos scanner intraoral e fotografia para desenhar a coroa ideal e, a partir dela, posicionar o implante de fora para dentro (prótese-guiada). A confecção do guia cirúrgico determina posição, ângulo e profundidade, reduzindo desvios, protegendo papilas e facilitando a futura estética cervical.
Planejamento da cor e da região cervical
A naturalidade depende de matiz, croma e valor da coroa e, principalmente, da transição cervical. Em biotipos finos, abutments de zircônia ou pilares híbridos (titanium-base + cerâmica) ajudam a evitar sombreamento acinzentado do tecido; em biotipos espessos, pilares de titânio com manejo correto do tecido funcionam bem. Utilizamos fotografia padronizada, guias de cor e, na etapa protética, try-in para validar cor e luminosidade sob diferentes iluminações.
Perfil de emergência: a “escultura” do tecido em torno do implante
Depois da instalação (ou na reabertura), o provisório personalizado é usado para moldar o perfil de emergência: contornos cervicais e proximais são ajustados progressivamente para sustentar papilas, fechar triângulos negros e orientar o colar gengival sem compressão excessiva. Esse condicionamento transforma o implante de “parafuso no osso” em dente que nasce da gengiva, criando o leito perfeito para a definitiva.

Coroa sobre implante: materiais e conexão
A coroa sobre implante pode ser parafusada (retratilidade e controle de cimento) ou cimentada (em indicações selecionadas). Em materiais, usamos dissilicato de lítio (e.max®) quando a demanda óptica é alta e zircônia monolítica/multicamadas quando a exigência mecânica é maior. O desenho oclusal deve distribuir forças sem sobrecarregar o conjunto parafuso-pilar, preservando a manutenção do implante a longo prazo.
Manutenção e preservação óssea
Revisões periódicas checam higiene, torque/parafusos, contatos oclusais e integridade do material. Orientamos escovas interproximais/irrigador e polimentos quando necessário. O controle de cargas (ex.: placa noturna em bruxismo) protege tanto o osso marginal quanto a cerâmica.

Expectativas e tempo de tratamento
Em condições ideais, é possível provisionalização imediata sem carga mastigatória pesada na área. Em outras situações, optamos por etapas (cicatrização + condicionamento + definitiva). Transparência sobre cronograma e limites biológicos é parte da previsibilidade estética e funcional.
Conclusão
O sucesso do implante unitário em área estética nasce do planejamento protético-guiado e amadurece no controle do tecido mole: escolher bem pilar/material, esculpir o perfil de emergência, validar cor/cervical e só então confeccionar a prótese definitiva. Quando cada etapa respeita biologia e biomecânica, o resultado final é um dente que parece natural, mastiga com conforto e mantém estabilidade óssea e gengival ao longo dos anos.
Referências
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GALLUCCI, G. O.; et al. Single-tooth implant restorations: ITI Consensus statements, indications and recommendations. Clin Oral Implants Res, 2018.
MORTON, D.; et al. The loading protocols for single implants: an updated consensus. Clin Oral Implants Res, 2018.
FÜRHAUSER, R.; et al. Papilla levels and soft tissue esthetics around single-tooth implants: the Pink Esthetic Score (PES). Clin Oral Implants Res, 2005.
BELSER, U. C.; et al. Outcome analysis of implant restorations in the esthetic zone using the Pink/White Esthetic Score (PES/WES). Clin Oral Implants Res, 2009.
